6 de janeiro de 2007

Sejamos todos Guilherme Tell - Manifeste-se!

7 de Janeiro


Paraenses, caros patrícios: Se não for pela alforria, que então seja pela euforia, este desejo de não mais permitir que siga o rastro dessa história de fazer da Rua Formosa, registro de um dia de inglória: Por isso refutar 13 de maio de 1836, dia de angústia e impiedade. Dia de espasmos em debandados rebeldes, desprovidos de canoas, artilharia e tudo mais abandonado na precipitação da fuga. Era fim de tarde, os fugitivos começaram a chegar e a exageração com que referiam o fato aumentava cada vez mais o pavor. Mas, a chuva forte fez-se sagrada e acobertou o comboio de canoas em fuga. Não havia mais o que hesitar, a retirada era imposta pela necessidade extrema de salvação.



Belém do Pará, 07 de janeiro de 2007, 2 horas da madrugada. Após outro dia de uma batalha exaustiva, a população repousa placidamente sobre a imponência da lua cheia e acalantada pela brisa suave da baia guajarina. Há 172 anos, em tal data e horário, quatro colunas de infantaria partiram do Murucutu, como um fogo-fátuo, num solo alastrado de tantos combustíveis amontoados que uma faísca bastaria para abrasá-lo, sem poder capaz de impedir sua devastação. E se digo isso é para que não esqueças: É impossível desviar o fogo quando lavra em campos de relva ressequidas!

As calçadas pisadas de sua margem não escondem que ainda somos a ilegalidade. Este é o espaço operacional da rota de nossa trajetória contra a força dos vândalos que se intitulam legalistas: senhores dos campos e dos céus, quando não são mais do que escravos do poder a que servem.

Amanhã, quando o sol resplandecer com o fogo de um novo dia, a cidade acordará em nova batalha pela sobrevivência e realizações de um povo que derrama o suor na terra para mover o mundo. E que se por esta rua passarem, que não deixem de ouvir a história de batalhas ancestrais.